14.12.11

pesadelos evaporados

insanos. sonhos são.
mais parecem uma brincadeira,
símbolos desconexos.
que me assustam
que me zombam
que me perdem
alguns repetem-me.
outros, esqueço.
e no esquecimento
fazem me acreditar
que a vida não passa.
não termina.
só em partes.
só em solidão.
multidões desconhecidas.
sem sentido permanecem.
na escuridão.
(tecem vazios
na imensidão cotidiana).

13.12.11

cor r ido

mudamente
tudo muda

ainda inacabado.

28.11.11

sonora paisagem urbana

o alto som da rua se misturou com a sutil música
que ouvia em seu quarto, quase que na mesma melodia e no mesmo ritmo,
rápido e atordoante.
feito qualquer final de ano conturbado.
crises em todos os sentidos em várias partes do mundo. pois é.

prefere a áspera areia sincera, real e mesmo assim efêmera.
do que o tecido macio e confortável da mentira aveludada, maquiada, enrolada pelo tempo.

por mais que descansando algumas vezes, tudo isso ainda continua bem dolorido.
a surrealidade fascina feita uma realidade, dita como verdade.
o sentimento embaralhado. posto contra uma parede, de vidro. sensivel. que seja então transparente.

o gesto e a fala se confundem com a palavra, o pensamento.
misturas. novamente. se sente um pouco mais madura,
porém ainda não apodrecida.
o invisivel pode sim ser palpável,
mas, quer a concretude.
hoje e futuramente.

5.11.11

passageira

acorda com frio de manhã, a tarde um calor infernal.
barulho desgastante por todos os lados.
dormiu por cansaço.
já passou.
tenta explicar um trabalho.
se enerva e se intimida com os demais engajados, olhando e esperando que tudo fosse impecável, é, não foi, paciencia. muito estudo, muito espera, e pouco conseguiu transpor.
pensa que devia ser mais descontraida, honesta naquele momento, ah, devia parar de pensar o que tanto deveria, e objetivar!
são aprendizados a cada passo. a apoiam apesar de estar planando no nada.
depois de tanto suor, descansou.
mudou de roupa, muda o tempo denovo.
acorda a noite, ventania silenciosa.
pensando o que deveria ter feito. e fez tudo diferente, novamente. desaba, desabafa.
se influencia com o clima. contraste. pendências, remoe-se.
a inconstância quase sempre está ao seu lado, confessa.
ao menos, foi.
é.

1.11.11

um a

assim
se perdia
tanto
que só encontrava
a si.

13.10.11

surpreenda
na incoerência
mesmo em desavença
recorrencia.
tire essa crença,
de querer ter competencia demais.

3.10.11

cambiante asneira

pulsando
pulsante
instante
quanto tempo leva:
um temporal...
se encerra.
para o sol refletir-se na peneira.

29.9.11

anoitecia

humildade,
ela dizia.
reciprocidade,
eles queriam.
responsabilidade,
ele trazia.
verbos daquela sociedade,
eu escrevia...
e continuava: fugida, da longa instável paciência rimada que existia...
porque nem mesmo sabia.
na maldosa ingenuidade,
vivia...
perante a eterna vaidade.
persistia, oh, no bem, ou mal diziam:
hipocresia.

20.9.11

desabafo de uma paulistana cansada

tanta informação e estudo podem ser bons sim. nos fazem ampliar olhares, pensares... sonhares...
quanto é o bastante? ah, quase nada...
comparado com a imensa massa massante e delirante que por algum motivo, fazemos parte.
situando-se... por agora, hoje, nesse segundo: a internet. que nos deixa perdidos, fissurados, enfeitiçados...
por qualquer coisa, por tudo, todos, todas babaquices e utilidades possiveis.
confesso. sei que poderia me dedicar tanto mais... em outras coisas mais palpáveis... concretas...
e me deixo levar, me arrastar por passa-tempos. literalmente.
mundo pósmodernocontemporâneo é esse, que a tecnologia nos salva, e nos mata. nosso corpo já não é mais o mesmo. não pensamos mais por nós. sistemas, maquinas, celulares, próteses que substituem a nossa mente corpórea. tipo um frankstein tecnológico. onde os dedos já nascem sabendo digitar.
é, mundo esse que um cão doméstico passeia mais vezes na rua que uma criança carente dos próprios pais, carentes da vida. convivem com estranhos. tornam-se estranhas.
mundo esse que existe mais carros do que pessoas. ilusão facilitadora que pode ser uma grande arma, um peso, um problema, mais uma preguiça. de andar, de fazer parte de um todo que vive em conjunto! preferem estar fechados dentro um uma lata com vidros e ar condicionado. vivemos nos escondendo. e mesmo assim sendo mais um. mais um na fila de espera para o sinal verde nos deixar passar.
ainda tem aqueles que usam esta maquina "facilitadora" sem capacidade para tal. querem tanta velocidade, pra ir com facilidade aos céus, talvez... então preferem usar drogas em demasia. analgésicos, antibióticos, antidepressivos, antisono ou antialgumacoisa, ou quem sabe outros alucinógenos misturados.
e a todo instante, para estes pesares, estes momentos serem abafados, trancafiados, esquecidos... que por vezes se acabam, não funcionam mais. assim outras vidas falecem, rapidamente. sem querer. problema esse que não é de graça. nada é. nos tornamos desgraçados.
sem contar o nosso famoso governo miserável, que aumenta ainda mais todo esse peso. poder é esse de tirar a potência do resto desfavorecido. que viver, mais parece um fardo. uma obrigação. que até o sobreviver é dificultado. mundo esse que prefere gastar tempo com futebol, ou tantas outras besteiras.
preferem roubar a saúde dos outros por mero acaso. invenção essa chamada dinheiro. mais um facilitador? que nos faz viver por um papel. por um símbolo fadado a ambição, perdição, ciclo esse que nos move. que nos mata, aos poucos. preferem fazer um shopping, do que um metrô por exemplo, ou pior, do que um hospital descente a atender quem está pedindo pra viver! é pedir demais?
país tão grande e belo. mal administrado. mal cuidado. país órfão. fragmentado.
onde os padrastos não se importam com os afilhados. desde que estejam afastados e não dê trabalho, muito que bem. tipo um pai que pede: se distancie de mim. ele espera realmente que seu filho volte atrás arrependido? essa psicologia reversa não funciona mais. até a bondade tem limites.
até o amor se cansa, é egoista, por vezes gosta de ficar sozinho.
e se o tempo aquece, faz um lindo sol? é insuportavel conviver com tanta poluição abafada. tanta gente desesperada, correndo, para estar em qualquer outro lugar além daqui. um dia, quem sabe uma praia isolada e limpa(muito dificil de imaginar).
não é pedir demais. prefiro assim do que pedir de menos.
do que ficar aguentando tanta coisa entalada, tanto massacre e tapa na cara e continuar sorrindo para a foto.
chega uma hora que todas essas palavras perdem o sentido.
chega uma hora que tudo o que você precisa falar é: chega.
chega mais perto e tente enxergar o que está acontecendo.
infelizmente não é lendo um jornal ou uma central de relacionamentos sociais que nos ensinará alguma coisa. e aí é quando você escuta: eu também quero mudar. eu já sei disso.
sabe? acho que nem as paredes conseguem me ouvir mais.
nem eu consigo mudar mais. se o mundo a minha volta continuar esse caos...
a única alternativa é: ser caótica também.
isso não é uma ofença a ninguém, me desculpe.
pode ser só mais um descarrego generalizado.
ou não.
fica a dica.
[ * ]

15.9.11

demencia (des) adormecida

e
desatino.
desafio.
desritmando,
o
destino.

[...]

11.9.11

olhos que ardem
precisam ler
só enxerga apertos...
que eles te esmaguem,
para longe daqui crescer.

4.9.11

dadalista

alugar
até
america
respostas
dona
contos
caso
apartamento
manifesto
assinada
mim
- - - - - - - - ---
inconsequentes
inconscientes
muito informa para pouca ação
baixas pressões
altas sensações
saudade
idade
dado
dáda.
dadaddadadadadadadadadaadadadadaadaddadadadadadaddadad
de nada,
Haddad.

21.8.11

mais que nada

enfim ia escrever,
mas preferiu ir pesquisar.
andar um pouco,
rever...
para acreditar.
em mais uma semana que recomeça-se assim.

17.8.11

universalismaniac

what happended to me? she, said, sad.

on the morning was so happy shining,
but the hot stuff in your head, in streets of nowhere.
losted jobs.
watery ideas.
dissolved.
ansiousickness.

4.8.11

instabela

salva coisas que nem lembra mais que estavam lá!
pura ingenuidade acreditar sem perguntar.
sendo que interiormente quem mais duvida é, ela...
muita inspiração pra pouco ar.
ah,
que o vento diga e virá.

31.7.11

um anjo pousou em minha janela

um dia acordou de manhãzinha e a cidade já estava barulhenta.
foi buscar uma saída no camuflar que transformara em infindáveis informações desconexas. duvidava dos caminhos que corriam em seus neurônios, ruas, construções enormes. perdia-se em uma tamanha cobrança imaginária. imensidão com máquinas, imagens que fazem parte feito objetos essenciais na rotina de cada um. foi aí que tanto aperto, indecisão, desespero transbordou, surtiu efeito colateral.
precisava de uma utilidade para si. complitude, preenchimento,
pertencimento enfim.
(...)
em uma tristonha madrugada, reapareceu um romantismo silencioso, timido. transpareceu e explicou tudo o que precisava entender, em apenas um sorriso.
lavou suas descrenças com as finas gotas de chuva que fazia lá fora.

percebeu então que o seu par estava ao seu lado o tempo todo,
e não se dava conta.

sentiu o seu corpo em perfeita harmonia, como se tivesse reencontrado a sua própria continuação.
ah, sublime amor que lhe cercava, cobrindo-a até o ultimo fio de cabelo.
reluzia, a refletir agora no teu espelho,
que brilha em seus olhos como que pedindo para viver,
dizendo: seja feliz e mais nada.

prossegue assim seu coração pulsante, insistente, que antes tanto doía, tanto gritava por respostas...
pressente que só se completará com uma única palavra: vontade.

essa tal vontade que acontecia faz já um certo período, que criava incessantes impecílios, fugas, repetidos ciclos... porém a intensidade, da pura essência persiste. existe. coexiste dentro d'alma.
por isso não há mais o que reclamar, questionar ou complicar mais. simplesmente ir, de encontro com esse sentir tão forte quanto o automatismo de respirar, após um longo mergulho em seu interior profundo.
- novamente amanhece. os pássaros respondem, cantam como se concordassem contigo.
com suas palavras, suas mais sinceras expressões. que em breve repousa, leve, confiante;
em mais um adormecer de uma noite que fez valer a pena a ser lembrada para a eternidade.


25.7.11

descorada

de volta.
devota a si.
tipicos pensares, refletem. resignifica lugares e formas.
vida, estranha entranha, aperta, o mesmo deforma tamanha.
difere, propositalmente repetido com um ar de novidade.
feito uma fruta madura que então se descobre alguns lados machucados.

11.6.11

ainda bem que existe uma coisa clichê, piegas, e chata de dizer,
nomeada de: esperança.

10.6.11

gotas guardadas

exausta de relevar por motivos maiores
meros detalhes incomodam.
demais.
o emaranhado começa a perder o sentido,
fazer papel de troxa. transbordou.
a ser levado. estagna tipo um pacote que não pode passar pelo bueiro.
aquela chuva levou, lavou, alagou. estragou-se aos poucos.
se molha sem perceber. amassado, percebe: o que faço aqui parado?
como se uma desculpa melhorasse tais rasgos, cicatrizes.
um beijo não faz curar dores, muito menos um casamento, por exemplo,
não sara se as atitudes falhas demonstram ser as mesmas. escondidas, ficam embaixo do velho tapete.
a realidade machuca. empoeirada, causa crises, de tosse, de remoídos machucados que vão se formando na garganta entalada.
a gente se arrasta até não poder mais.
até os seus joelhos confessarem que o caminhar foi dolorido até chegar aonde está. do que valeu tal esforço?
talvez um espaço mais leve, mais florido, com menos obstáculos te faria melhor.
respirar um ar mais puro, sem cobranças, demoras...
o sabor da novidade está te chamando por dentro.
mesmo sem descobrir aonde esteja este chamar, o que resta são os indícios,
símbolos inventados, que recorrem na sua retina.
mas a cortina ainda está fechada. entre-aberta, ocupada.
compromissada... arrasada.
por mais que transpareça uma singela raiva apaixonada.
mal sabem eles que na realidade o choro está contido.
a vontade era de estar em outro lugar.
ser outra pessoa.
diz a velha história:
deixa o destino te contar.
deixa... pra lá.

9.6.11

[?]

hoje não vim para querer afirmar nada.
nem procurar escrever alguma rima, poesia, devaneio, desabafo.
muito menos alguma resposta, mas sim: dúvidas.
dúvida que nos leva a se questionar. de tudo. de todos.
aquela dúvida que nos faz ir atrás do que realmente queremos, e perdemos.
dúvida que nos faz refletir de onde viemos, pra onde iremos, e o que deveríamos fazer,
ou deixar de ser feito.
dúvida que nos entristece, amadurece, faz calar, faz rezar ou adivinhar, tentar acreditar que alguma coisa superior está além de nós mesmos. e que estará lá se precisarmos.
dúvida aquela que nos faz arriscar. se machucar. aprender.
testar experimentos e conhecer lugares desconhecidos.
dúvida que congela.
que bloqueia, enrola, demora, cai.
dúvida que nos faz esquecer do por que, do que, pra que.
duvidando, criamos teorias. resultados. ou quem sabe gera novos pensares duvidosos.
dúvida que repete.
retoma, recoloca, resplandece. resignifica, responde?
está mentindo aquele que diz que tem certeza de algo.
que diz saber mais do que outro. que qualquer um. que todos juntos.
até o que mais soube, um dia duvidou, e ainda é incerto do que saberá mais pra frente.
e eu também não tenho tanta certeza disso tudo.
mas tento. duvido do futuro, mas o passado está lá pra comprovar, talvez dizer sobre o agora, o depois, ninguém sabe.
só sei que estou bem nesse momento, apesar de duvidar.
contraditóriamente as vezes nem penso nesses questionamentos. ajo como posso, feito instinto.
porque na dúvida, nem sei se o faria novamente.

30.5.11

tomada pela eletricidade.
blecaute.
tornou-se mais uma automática luz na cidade.

1.5.11

ares pesados

alguém diz que te ama.
enfrentaria o mundo pra te encontrar.
e te faz esperar.
esperar.
áspero ar.

na realidade, esperar é o que quase todos fazem.
se influenciam pelo bom momento passageiro, tudo que temos.
esperam por um futuro melhor.
espera que o 'melhor' o faça acreditar, ou desacreditar em alguma crença, ilusão dessa tal espera.
que adianta esperar, todo esse tempo passar, se a revolução não mais existe, a não ser a tecnológica.
olha... cada vez acredito mais que a cegueira está contaminando os homens, mulheres, e os animais, coitados, são puros reféns das atrocidades que nem nós mesmos conseguimos explicar.
e a pergunta fica no ar, perdida, voando na poluição escura, sem nada enxergar.
como poder enfim ajudar?
se ajudar as vezes só aumenta a acomodação, vulgarmente chamado de preguiça.
adicionando ainda mais a desigualdade que existe de um para o outro.
infelizmente, sejamos sinceros, a igualdade é opaca. nem em um relacionamento teoricamente duradouro conseguimos enxergar através, confiar plenamente. o que dirá de um desconhecido, um necessitado, um vivente desesperado, por uma simples ajuda...
já me perco em minhas próprias palavras... o caminho é então procurar a mim. seguindo instintos e vontades a quem queira compartilha-las comigo. egoismo? não sei certamente, hoje em dia, se não pensarmos em nossos próprios pés, nos derrubam facilmente, e andamos com as pernas de outros, sem perceber.
espere, me desculpa. eu nem o conheço, mesmo convivendo tantos anos contigo. saiba, me preocupo tanto quanto a mim mesma, as vezes mais que isso. as vezes esqueço até de mim... e carrego o peso desse mundo em meus endurecidos ombros. pode se apoiar se quiser.

18.4.11

poema sujo

me passe a limpo,
lave e me leve.
escorre em meus erros.
eleve minhas verdades,
das saudades tolas que não tive.
feito telas e velas secas,
que precisam renascer.
dar um sentido incomum,
na profundidade de suas entranhas,
estranhos ácos.
no eco fundo...
passou.
passar bem.

24.3.11

tipoT.P.M

tento não pensar mais.
tanto perco por menos.
terei partes maiores.
tá,
para.
mas...
desestabilidades.
nos fazem.
reconstruir.
além,
paz...
vem cá.
tente por mim.

7.3.11

aleatório desabar por um fio

nunca sou antes e nem depois.

frio.
sou agora.
a pequenez, a insensatez.
a sinceridade pulsando... nervoso sentimental.
desviaram o olhar.
desprezam a seriedade tua.
lágrima.
espera.
olhares a sorrir, corridos, pensantes.
luta. palavras soltas, feito as horas que se alargam,
alagam, transbordam e seguem o rio.
não riem, perdem a graça.
exigem demais... nada mais prezo que a liberdade tola.
detalhada, relevada, alada.
vôo, vejam, vendo, paga.
desrime, desritmo, desafie.
coloque, faça, nem me diga, fique.
sem noção ficou, é, não precisa acreditar.
alegre-se. pensou tentativas reais.
(des)acreditou.
a rimar.
com fé, pois.

3.1.11

novas reticências e só

só pra começar
ela falou.
como se não precisasse mais explicar.
só quer compreensão, diz.

sua inconstância a tanto prejudicou
só estabiliza-se na interioridade.
passou.
res pirou
um só, porém,
será.