31.7.11

um anjo pousou em minha janela

um dia acordou de manhãzinha e a cidade já estava barulhenta.
foi buscar uma saída no camuflar que transformara em infindáveis informações desconexas. duvidava dos caminhos que corriam em seus neurônios, ruas, construções enormes. perdia-se em uma tamanha cobrança imaginária. imensidão com máquinas, imagens que fazem parte feito objetos essenciais na rotina de cada um. foi aí que tanto aperto, indecisão, desespero transbordou, surtiu efeito colateral.
precisava de uma utilidade para si. complitude, preenchimento,
pertencimento enfim.
(...)
em uma tristonha madrugada, reapareceu um romantismo silencioso, timido. transpareceu e explicou tudo o que precisava entender, em apenas um sorriso.
lavou suas descrenças com as finas gotas de chuva que fazia lá fora.

percebeu então que o seu par estava ao seu lado o tempo todo,
e não se dava conta.

sentiu o seu corpo em perfeita harmonia, como se tivesse reencontrado a sua própria continuação.
ah, sublime amor que lhe cercava, cobrindo-a até o ultimo fio de cabelo.
reluzia, a refletir agora no teu espelho,
que brilha em seus olhos como que pedindo para viver,
dizendo: seja feliz e mais nada.

prossegue assim seu coração pulsante, insistente, que antes tanto doía, tanto gritava por respostas...
pressente que só se completará com uma única palavra: vontade.

essa tal vontade que acontecia faz já um certo período, que criava incessantes impecílios, fugas, repetidos ciclos... porém a intensidade, da pura essência persiste. existe. coexiste dentro d'alma.
por isso não há mais o que reclamar, questionar ou complicar mais. simplesmente ir, de encontro com esse sentir tão forte quanto o automatismo de respirar, após um longo mergulho em seu interior profundo.
- novamente amanhece. os pássaros respondem, cantam como se concordassem contigo.
com suas palavras, suas mais sinceras expressões. que em breve repousa, leve, confiante;
em mais um adormecer de uma noite que fez valer a pena a ser lembrada para a eternidade.


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