30.5.11

tomada pela eletricidade.
blecaute.
tornou-se mais uma automática luz na cidade.

1.5.11

ares pesados

alguém diz que te ama.
enfrentaria o mundo pra te encontrar.
e te faz esperar.
esperar.
áspero ar.

na realidade, esperar é o que quase todos fazem.
se influenciam pelo bom momento passageiro, tudo que temos.
esperam por um futuro melhor.
espera que o 'melhor' o faça acreditar, ou desacreditar em alguma crença, ilusão dessa tal espera.
que adianta esperar, todo esse tempo passar, se a revolução não mais existe, a não ser a tecnológica.
olha... cada vez acredito mais que a cegueira está contaminando os homens, mulheres, e os animais, coitados, são puros reféns das atrocidades que nem nós mesmos conseguimos explicar.
e a pergunta fica no ar, perdida, voando na poluição escura, sem nada enxergar.
como poder enfim ajudar?
se ajudar as vezes só aumenta a acomodação, vulgarmente chamado de preguiça.
adicionando ainda mais a desigualdade que existe de um para o outro.
infelizmente, sejamos sinceros, a igualdade é opaca. nem em um relacionamento teoricamente duradouro conseguimos enxergar através, confiar plenamente. o que dirá de um desconhecido, um necessitado, um vivente desesperado, por uma simples ajuda...
já me perco em minhas próprias palavras... o caminho é então procurar a mim. seguindo instintos e vontades a quem queira compartilha-las comigo. egoismo? não sei certamente, hoje em dia, se não pensarmos em nossos próprios pés, nos derrubam facilmente, e andamos com as pernas de outros, sem perceber.
espere, me desculpa. eu nem o conheço, mesmo convivendo tantos anos contigo. saiba, me preocupo tanto quanto a mim mesma, as vezes mais que isso. as vezes esqueço até de mim... e carrego o peso desse mundo em meus endurecidos ombros. pode se apoiar se quiser.