1.5.11

ares pesados

alguém diz que te ama.
enfrentaria o mundo pra te encontrar.
e te faz esperar.
esperar.
áspero ar.

na realidade, esperar é o que quase todos fazem.
se influenciam pelo bom momento passageiro, tudo que temos.
esperam por um futuro melhor.
espera que o 'melhor' o faça acreditar, ou desacreditar em alguma crença, ilusão dessa tal espera.
que adianta esperar, todo esse tempo passar, se a revolução não mais existe, a não ser a tecnológica.
olha... cada vez acredito mais que a cegueira está contaminando os homens, mulheres, e os animais, coitados, são puros reféns das atrocidades que nem nós mesmos conseguimos explicar.
e a pergunta fica no ar, perdida, voando na poluição escura, sem nada enxergar.
como poder enfim ajudar?
se ajudar as vezes só aumenta a acomodação, vulgarmente chamado de preguiça.
adicionando ainda mais a desigualdade que existe de um para o outro.
infelizmente, sejamos sinceros, a igualdade é opaca. nem em um relacionamento teoricamente duradouro conseguimos enxergar através, confiar plenamente. o que dirá de um desconhecido, um necessitado, um vivente desesperado, por uma simples ajuda...
já me perco em minhas próprias palavras... o caminho é então procurar a mim. seguindo instintos e vontades a quem queira compartilha-las comigo. egoismo? não sei certamente, hoje em dia, se não pensarmos em nossos próprios pés, nos derrubam facilmente, e andamos com as pernas de outros, sem perceber.
espere, me desculpa. eu nem o conheço, mesmo convivendo tantos anos contigo. saiba, me preocupo tanto quanto a mim mesma, as vezes mais que isso. as vezes esqueço até de mim... e carrego o peso desse mundo em meus endurecidos ombros. pode se apoiar se quiser.

Um comentário:

  1. ah, isso era pra ter vindo aqui, dia 13 de maio:

    "O Blogger não está disponível no momento"

    ...diz o blogger na área para deixar comentários.

    Ou melhor, Blogger, a inicial maiúscula com que se refere a si mesmo o robô, já assumindo uma personalidade.

    Enfim, até a revolução tecnológica nos falha, quem sabe de tão humana.

    A cegueira é o acreditar. Até mesmo o acreditar em desacreditar.

    Não há categorias no amor.

    E sem o que conhecer ou desconhecer.

    Apenas reconhecemos.

    Uma espera que acaba em nós mesmos, não em outro.

    Porque amar é reconhecer que não há.

    Que estamos sós.

    E a partir disso cuidarmos uns dos outros.

    Para dar um sentido que transcenda nossa solidão.

    Não porque há um sentido a ser entregue, não há nada ali.

    A não ser o vazio para criá-lo.

    Um sentido. Uma história. Uma memória.

    Uma vida. Uma metáfora. Um poema.

    Mandar um e-mail.

    Para um destino incerto.

    Respirar fundo o ar pesado e áspero.

    Por aquilo que nos faz sentir.

    E reter esse sentimento.

    Até exalar uma reação.

    Num grito.

    Criação!

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