29.9.11

anoitecia

humildade,
ela dizia.
reciprocidade,
eles queriam.
responsabilidade,
ele trazia.
verbos daquela sociedade,
eu escrevia...
e continuava: fugida, da longa instável paciência rimada que existia...
porque nem mesmo sabia.
na maldosa ingenuidade,
vivia...
perante a eterna vaidade.
persistia, oh, no bem, ou mal diziam:
hipocresia.

20.9.11

desabafo de uma paulistana cansada

tanta informação e estudo podem ser bons sim. nos fazem ampliar olhares, pensares... sonhares...
quanto é o bastante? ah, quase nada...
comparado com a imensa massa massante e delirante que por algum motivo, fazemos parte.
situando-se... por agora, hoje, nesse segundo: a internet. que nos deixa perdidos, fissurados, enfeitiçados...
por qualquer coisa, por tudo, todos, todas babaquices e utilidades possiveis.
confesso. sei que poderia me dedicar tanto mais... em outras coisas mais palpáveis... concretas...
e me deixo levar, me arrastar por passa-tempos. literalmente.
mundo pósmodernocontemporâneo é esse, que a tecnologia nos salva, e nos mata. nosso corpo já não é mais o mesmo. não pensamos mais por nós. sistemas, maquinas, celulares, próteses que substituem a nossa mente corpórea. tipo um frankstein tecnológico. onde os dedos já nascem sabendo digitar.
é, mundo esse que um cão doméstico passeia mais vezes na rua que uma criança carente dos próprios pais, carentes da vida. convivem com estranhos. tornam-se estranhas.
mundo esse que existe mais carros do que pessoas. ilusão facilitadora que pode ser uma grande arma, um peso, um problema, mais uma preguiça. de andar, de fazer parte de um todo que vive em conjunto! preferem estar fechados dentro um uma lata com vidros e ar condicionado. vivemos nos escondendo. e mesmo assim sendo mais um. mais um na fila de espera para o sinal verde nos deixar passar.
ainda tem aqueles que usam esta maquina "facilitadora" sem capacidade para tal. querem tanta velocidade, pra ir com facilidade aos céus, talvez... então preferem usar drogas em demasia. analgésicos, antibióticos, antidepressivos, antisono ou antialgumacoisa, ou quem sabe outros alucinógenos misturados.
e a todo instante, para estes pesares, estes momentos serem abafados, trancafiados, esquecidos... que por vezes se acabam, não funcionam mais. assim outras vidas falecem, rapidamente. sem querer. problema esse que não é de graça. nada é. nos tornamos desgraçados.
sem contar o nosso famoso governo miserável, que aumenta ainda mais todo esse peso. poder é esse de tirar a potência do resto desfavorecido. que viver, mais parece um fardo. uma obrigação. que até o sobreviver é dificultado. mundo esse que prefere gastar tempo com futebol, ou tantas outras besteiras.
preferem roubar a saúde dos outros por mero acaso. invenção essa chamada dinheiro. mais um facilitador? que nos faz viver por um papel. por um símbolo fadado a ambição, perdição, ciclo esse que nos move. que nos mata, aos poucos. preferem fazer um shopping, do que um metrô por exemplo, ou pior, do que um hospital descente a atender quem está pedindo pra viver! é pedir demais?
país tão grande e belo. mal administrado. mal cuidado. país órfão. fragmentado.
onde os padrastos não se importam com os afilhados. desde que estejam afastados e não dê trabalho, muito que bem. tipo um pai que pede: se distancie de mim. ele espera realmente que seu filho volte atrás arrependido? essa psicologia reversa não funciona mais. até a bondade tem limites.
até o amor se cansa, é egoista, por vezes gosta de ficar sozinho.
e se o tempo aquece, faz um lindo sol? é insuportavel conviver com tanta poluição abafada. tanta gente desesperada, correndo, para estar em qualquer outro lugar além daqui. um dia, quem sabe uma praia isolada e limpa(muito dificil de imaginar).
não é pedir demais. prefiro assim do que pedir de menos.
do que ficar aguentando tanta coisa entalada, tanto massacre e tapa na cara e continuar sorrindo para a foto.
chega uma hora que todas essas palavras perdem o sentido.
chega uma hora que tudo o que você precisa falar é: chega.
chega mais perto e tente enxergar o que está acontecendo.
infelizmente não é lendo um jornal ou uma central de relacionamentos sociais que nos ensinará alguma coisa. e aí é quando você escuta: eu também quero mudar. eu já sei disso.
sabe? acho que nem as paredes conseguem me ouvir mais.
nem eu consigo mudar mais. se o mundo a minha volta continuar esse caos...
a única alternativa é: ser caótica também.
isso não é uma ofença a ninguém, me desculpe.
pode ser só mais um descarrego generalizado.
ou não.
fica a dica.
[ * ]

15.9.11

demencia (des) adormecida

e
desatino.
desafio.
desritmando,
o
destino.

[...]

11.9.11

olhos que ardem
precisam ler
só enxerga apertos...
que eles te esmaguem,
para longe daqui crescer.

4.9.11

dadalista

alugar
até
america
respostas
dona
contos
caso
apartamento
manifesto
assinada
mim
- - - - - - - - ---
inconsequentes
inconscientes
muito informa para pouca ação
baixas pressões
altas sensações
saudade
idade
dado
dáda.
dadaddadadadadadadadadaadadadadaadaddadadadadadaddadad
de nada,
Haddad.