10.6.11

gotas guardadas

exausta de relevar por motivos maiores
meros detalhes incomodam.
demais.
o emaranhado começa a perder o sentido,
fazer papel de troxa. transbordou.
a ser levado. estagna tipo um pacote que não pode passar pelo bueiro.
aquela chuva levou, lavou, alagou. estragou-se aos poucos.
se molha sem perceber. amassado, percebe: o que faço aqui parado?
como se uma desculpa melhorasse tais rasgos, cicatrizes.
um beijo não faz curar dores, muito menos um casamento, por exemplo,
não sara se as atitudes falhas demonstram ser as mesmas. escondidas, ficam embaixo do velho tapete.
a realidade machuca. empoeirada, causa crises, de tosse, de remoídos machucados que vão se formando na garganta entalada.
a gente se arrasta até não poder mais.
até os seus joelhos confessarem que o caminhar foi dolorido até chegar aonde está. do que valeu tal esforço?
talvez um espaço mais leve, mais florido, com menos obstáculos te faria melhor.
respirar um ar mais puro, sem cobranças, demoras...
o sabor da novidade está te chamando por dentro.
mesmo sem descobrir aonde esteja este chamar, o que resta são os indícios,
símbolos inventados, que recorrem na sua retina.
mas a cortina ainda está fechada. entre-aberta, ocupada.
compromissada... arrasada.
por mais que transpareça uma singela raiva apaixonada.
mal sabem eles que na realidade o choro está contido.
a vontade era de estar em outro lugar.
ser outra pessoa.
diz a velha história:
deixa o destino te contar.
deixa... pra lá.

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