5.12.13

qualquer coisa - qualquer tudo

brindemos ! é fim de ano.


o presente:
o passado distante
o futuro inconstante

são des-uniões cotidianas
a cada andar : um passo a frente e outro descompassado pra trás.
ainda assim apertando o passo até chegar ao destino incerto.


tentei negar que iria te ver
tentei continuar uma longa história quebradiça
tentei escrever sobre meu trabalho acadêmico
tentei agradar meus pais que tudo vai ficar bem
na verdade
não há
não está
não estou aqui, nem lá


contradições do querer
do gostar
amar uma ilusão
a poesia
ah, poesia...
me eleva e me leva

sim... sem... som...

quem me navega são as águas - do instinto... do instante...
deixei que o desconhecido entrasse dentro de minhas entranhas:
foi quando mais me senti íntima.
pareciamos irmãos desconectados há mil anos atrás,
nos amávamos como se fossemos nos desligar amanhã novamente.

me desliguei. fiquei só, por orgulho.
por querer sentir a solitude e o vento exterior.
virá, será, serei o que eu quiser.
sua alma é heterogênea, alguém me disse...
sou dissimilar, distuante, diferente. a mesma qualquer - todas em uma.
ninguém: a procura: reflexo de mim. sigo e sugo meu próprio sangue.
estranho e estando neste corpo, copo cheio de ar.
sinto a imensidão: consciência.
deixo a porta entre-aberta. metade de in-certeza com meias luzes enigmáticas.
até mais ver, te vejo em breve, já decorei nossos rituais, a saída sempre é brusca.
a sublime vontade de voltar e fugir ao mesmo tempo.
me vou, me sou, ser-me-ei mesmo sem entender, já dizia minha querida Clarice.
permaneço com os barulhos indefinidos, com relógios sem ponteiros, que me fixam com grandes olhos de curiosidade. nada mudou.

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