11.6.11

ainda bem que existe uma coisa clichê, piegas, e chata de dizer,
nomeada de: esperança.

10.6.11

gotas guardadas

exausta de relevar por motivos maiores
meros detalhes incomodam.
demais.
o emaranhado começa a perder o sentido,
fazer papel de troxa. transbordou.
a ser levado. estagna tipo um pacote que não pode passar pelo bueiro.
aquela chuva levou, lavou, alagou. estragou-se aos poucos.
se molha sem perceber. amassado, percebe: o que faço aqui parado?
como se uma desculpa melhorasse tais rasgos, cicatrizes.
um beijo não faz curar dores, muito menos um casamento, por exemplo,
não sara se as atitudes falhas demonstram ser as mesmas. escondidas, ficam embaixo do velho tapete.
a realidade machuca. empoeirada, causa crises, de tosse, de remoídos machucados que vão se formando na garganta entalada.
a gente se arrasta até não poder mais.
até os seus joelhos confessarem que o caminhar foi dolorido até chegar aonde está. do que valeu tal esforço?
talvez um espaço mais leve, mais florido, com menos obstáculos te faria melhor.
respirar um ar mais puro, sem cobranças, demoras...
o sabor da novidade está te chamando por dentro.
mesmo sem descobrir aonde esteja este chamar, o que resta são os indícios,
símbolos inventados, que recorrem na sua retina.
mas a cortina ainda está fechada. entre-aberta, ocupada.
compromissada... arrasada.
por mais que transpareça uma singela raiva apaixonada.
mal sabem eles que na realidade o choro está contido.
a vontade era de estar em outro lugar.
ser outra pessoa.
diz a velha história:
deixa o destino te contar.
deixa... pra lá.

9.6.11

[?]

hoje não vim para querer afirmar nada.
nem procurar escrever alguma rima, poesia, devaneio, desabafo.
muito menos alguma resposta, mas sim: dúvidas.
dúvida que nos leva a se questionar. de tudo. de todos.
aquela dúvida que nos faz ir atrás do que realmente queremos, e perdemos.
dúvida que nos faz refletir de onde viemos, pra onde iremos, e o que deveríamos fazer,
ou deixar de ser feito.
dúvida que nos entristece, amadurece, faz calar, faz rezar ou adivinhar, tentar acreditar que alguma coisa superior está além de nós mesmos. e que estará lá se precisarmos.
dúvida aquela que nos faz arriscar. se machucar. aprender.
testar experimentos e conhecer lugares desconhecidos.
dúvida que congela.
que bloqueia, enrola, demora, cai.
dúvida que nos faz esquecer do por que, do que, pra que.
duvidando, criamos teorias. resultados. ou quem sabe gera novos pensares duvidosos.
dúvida que repete.
retoma, recoloca, resplandece. resignifica, responde?
está mentindo aquele que diz que tem certeza de algo.
que diz saber mais do que outro. que qualquer um. que todos juntos.
até o que mais soube, um dia duvidou, e ainda é incerto do que saberá mais pra frente.
e eu também não tenho tanta certeza disso tudo.
mas tento. duvido do futuro, mas o passado está lá pra comprovar, talvez dizer sobre o agora, o depois, ninguém sabe.
só sei que estou bem nesse momento, apesar de duvidar.
contraditóriamente as vezes nem penso nesses questionamentos. ajo como posso, feito instinto.
porque na dúvida, nem sei se o faria novamente.