12.7.10

a sulfite

uma folha solta, avulsa
pequena em vista a tantas outras tecnicamente, iguais
se difere apesar de pertencer a seu monte.
por tanto que tente fazer o seu papel,
uma utilidade sob o resto
para outros a verem, usem, esqueçam...
ver o que desejam, menos o que ela realmente fez
ou gostaria de ser.
está em branco, aos poucos, a ser preenchida espera.
colocada aonde sente-se bem, arrisca-se.
insiste em rabiscos que poucos se permitem leem.
procura o incerto, complexidade de concretudes,
o íntimo se perde ao óbvio de se acessar.
nem a ela mesma. só cumpre funções, atos.
possíveis de seu alcance. pois, ainda tem poucas continuações
semelhantes para de fato acompanhá-la.
os fios, grampos, capas.. foram rompidas, partidas.
desconfia de suas proprias bases. porém é o que se tornou, por tal motivo.
já seu interior está longe, precisa ser alcançado com esforço...
para deixar de submeter aos resquícios.
prefere ser dobrada, para poder levemente voar.

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