31.10.18

Lorena


sentou se em um banco de madeira,
em frente a uma loja de vestidos finos.
sentia seu coração apertado meio dilacerado,
rasgando os fios daquelas roupas que não podia - nem queria comprar.
na verdade isso nem importava, o aperto vinha de indecisões que sempre voltavam em sua mente.
desde os amorosos, familiares, trabalho e estudo, casa, política, liberdade.
sim, tudo se misturava, mas no momento este tudo estava encaixotado em guarda-móveis.
em modos de espera.
observou um elástico no chão, parecendo um laço cortado, ao lado de pedras. talvez, mesmo sem sentido fazer, era como se sentia.
a distancia e a presença aos seus pés, as enrolações e as respostas estagnadas em seus dedos.
vamos ter alguma resposta, eles gostam muito de você Lorena, te acham sempre tão fofa, mesmo que seja o nome de uma rua, alameda tão banal. passam por ti todos os dias, daqui a pouco estaremos longe também. ate breve.