passou.
o ano, os meses, e daí? pouco importa, diz a consciência.
sim, já não quero saber se é domingo ou sexta-feira,
todo dia, é a vontade mútua que se faz existir.
pessoas, passos, personagens.
o antigo texto digitado:
rascunhos escondidos em pastas invisíveis, pessoais,
é sua a opção de torná-los públicos ou não.
prefiro que fiquem esquivados. arquivados.
são trechos meio esburacados. fora de ordem mental.
vamos lá, ao fato-foco:
estou a repensar nessa sensação da essência presente,
a tentar acreditar no novo sentir
no esperar da passagem do barco
até voltar a beira novamente.
perceber pequenos pulsares.
caminho em ruas familiares. comigo ou contigo, tanto faz.
cidade antiga, tão cheia de gente parecida...
sempre gostei de igrejas vazias.
o pedido parece mais seu, mais só.
o eco ecoa dentro de seu pensamento, mesmo sem querer nada pedir.
mas dessa vez, passei em frente, fiz um leve aceno,
sinal da cruz.
estava sem culpa alguma, sem mágoa ou pesar.
apenas observei o movimento, ouvindo cantos de aleluia ao fundo.
continuei a caminhar, naquele típico fim de tarde abafado, sem sentido.
agradecida por estar, viva. fugaz.
o querer, o ficar, permaneço.
você é muito, ele diz.
ah, pára, o tanto pouco que tu és,
estamos sendo.
tecemos os mesmos lençóis amarelados,
entre cheiros, chances, aceito.
já amanhece, anoitece,
acontece que...
já não tenho melhores palavras,
explico assim meio sem jeito mesmo, intuitiva,
me despeço dessa eterna dúvida.
o fim sempre foi recomeço.