27.7.13


salve como puder
guarde me em sua memória.
eu sei eu sei eu sei.
yo se yo se
i don't know u're so strange


o rémedio melhorou sua respiração. ansietude. nada restou além de teclas.
dores musculares. mal-jeito. desajeitada, aprende. escuta. des-confia.
detalhismos. chave de segredos abertos.
sons que fazem refletir, resignificar. ..
anjos sonoros. emocionam-te.
olhares esbranquiçados. embaçam a vista. mudanças de humor e de tempo.
está muito dificil esperar pra te ver, meu amor. te juro. até quando. até onde.
atônita. respiro e desvio o pensamento.
falo em sumir, te deixo chateado. sei que esse momento de estar em outro lugar vai chegar, me desculpe.
por mais que não consiga descansar tranquilamente ou facilmente,
depois de tantos movimentos bruscos, chorosos, quebradiços... aquelas palavras em tua boca com um meio sorriso,  é sincero. ainda te quero assim, sem entender o porque. por que brigamos e rimos em uma mesma frase...
já me afastei de outros amores vadios. passagens sem volta, que me levam para lugares que me sinto péssima posteriormente. você me dá um ânimo estranho, forte por dentro. é um gosto familiar. intensidade versus distancia. ultimamente o dever pela independência é mais forte do que nós.
no fundo estamos distantes sim, nossos quereres são diversos. não posso pedir que mude o seu jeito de ser. sei que sempre pensei poder mudá-lo... porém no fim das contas, cada um capta o que não tem de si mesmo.
se encaixam pelas indiferenças, pelos vazios a serem preenchidos.
oh assunto recorrente, falam tanto sobre o sentir, o ser amado as vezes parece pura obrigação.
obrigamo-nos a estarmos com alguém. talvez seja essa estranha obsessão que nos coloca  lado a lado.
já estou cansada de dividir a vida com as mesmas pessoas, está ficando insuportável esse apartamento antiquado.
por que será que o meu íntimo parece sempre contrário, recluso, desanimador aos olhos conservadores.
me dá enjôo esse cheiro de comida fraternal. esse barulho de prato, de passos, de gente que eu não quero conversar mais, são conversas pela metade. demonstro quando não estou bem de fato, na verdade parece que eles nem suspeitam essa palpitação que guardo comigo. pareço desinteressante, chata. por vezes neuróticamente divertida. invertida.

inevitável. inefável. irremediável. são fases. ainda que cômodas em certos cômodos: é incômoda ficar nesta áspera situação. são tantos textos soltos por aí... deixe então que fluam junto com meu corpo vagante. errante e atordoante a existir. in cessante. in finito. a reluzir...


19.7.13

passarinhos - e os outros que passaram por lá

já não escrevia aqui,
visto como algo inútil e egoísta.
prefiria algo culturalmente amplo, dizia.
fazer mais pela sociedade talvez...
assim como...comer. supostamente de forma mais saudável e correta,
mesmo sem conseguir cozinhar direito o próprio prato.
feito fingir ser parte de uma legião alternativa. que mal existia ao seu lado de fato.
tentava viver loucamente, sabe-se lá como, pura ilusão?
deixou aquelas idéias mutantes de lado por enquanto.
voltou a antiga rotina de outro jeito, mas pelos mesmos caminhos.
o namorado que sempre retoma. a conversa chata a beira da mesa de almoço e jantar.
o nervosismo, as críticas secas e amargas. a dúvida constante. a noção quase perdida daonde ir.
o esquecimento, a enrolação de si mesma e de todos ao redor.
o trabalho mediano, cansativo e mesquinho.
o lugar comum. a preguiça.
o amor pela arte, nada mais que um processo mental.


esperou novamente o vento:
a ventania levou a sua vontade para longe... o gêmeo contrário venceu a batalha.

vê, é um pássaro que quer sair do ninho, mas suas asas são tão pequenas, tadinho, que precisa sair correndo com suas próprias patinhas, e voltar para não morrer de frio.